quinta-feira, 26 de maio de 2016

Prosa Medieval - diferenças entre os livros de linhagens e as crónicas de Fernão Lopes

Entre os livros de linhagens e as crónicas de Fernão Lopes existem várias diferenças.
Os livros de linhagens eram escritos principalmente por capelões, para dar a conhecer a história de uma família nobre, clarificando assim a sua genealogia, o que foi de grande importância no impedimento de casamentos incestuosos, mas também para informar sobre os direitos à sucessão.
Por outro lado, os livros de linhagens eram feitos à base de feitos heróicos de antepassados que muitas vezes continham exageros, mas também incluíram lendas, como por exemplo “A Dama pé-de-cabra”.
Entretanto, as crónicas de Fernão Lopes foram escritas para dar a conhecer a história dos reis de Portugal, tendo sido Fernão Lopes nomeado cronista oficial do reino.
As crónicas de Fernão Lopes contavam as histórias como realmente tinham acontecido, com base nas fontes orais e/ou nos documentos ou outras escrituras publicadas, sem mostrar afeição por parte do escritor e sem erro, com o máximo de pormenor.

Em suma, ambos os tipos de prosa medieval são importantes, pois ficamos a saber mais sobre a sociedade da altura. Contudo, as informações mais precisas são encontradas nas crónicas de Fernão Lopes.

Visita de estudo à Sintra

No passado mês de Abril, deslocamo-nos, juntamente com os nossos colegas de outras turmas, até Sintra, para uma visita de estudo no âmbito da obra Os Maias. Percorremos o percurso queirosiano de manhã e visitámos a Quinta da Regaleira à tarde.
Na minha opinião, o percurso que fizemos de manhã não foi tão especial como a visita da Quinta, mas teve o seu interesse. Devido ao mesmo adquiri mais conhecimento sobre a obra, tendo outra perspetiva sobre a mesma e não apenas descrições feitas na sua leitura, mas também sobre a vila de Sintra, sendo esse o principal objectivo da visita de estudo.
Depois de almoçar prosseguimos a nossa atividade com rumo à Quinta de Regaleira, onde tudo era excessivamente belo. O jardim, os passeios, os lagos e as grutas, tal como as construções eram de uma beleza que não pode medir-se por palavras.

Para concluir, esta visita foi de uma grande ajuda para adquirir conhecimentos ao nível da cultura e gostei bastante do que vi e aprendi.

sexta-feira, 18 de março de 2016

"Aparição", de Virgílio Ferreira

Neste livro, até agora a personagem que me captou mais a atenção neste livro foi Ana, a filha mais velha do Dr. Moura. Gostei dela especialmente porque é uma mulher forte e sensível ao mesmo tempo.
Ela mostra-se inquieta ao início, mas com o passar do tempo cria uma ligação forte com Alberto, aceitando-o e compreendendo as suas ideias.

Ana está casada com Alfredo, um homem honesto e prático, mas um pouco rude e grosseiro, vivendo um casamento infeliz. Demonstra um grande amor por Cristina, a sua irmã, tendo em conta o facto de ela não poder ter os seus filhos, sentindo-se frustrada, e acaba por adoptar os dois filhos do Bailote, o homem que se suicidara. 

Picasso

Pablo Picasso nasceu na cidade de Málaga, na Espanha, no dia 25 de Outubro de 1881, falecendo a 8 de abri de 1973, na cidade de Mougins, próximo a Cannes, na França, aos 91 anos.
Foi um dos principais pintores, escultores e ceramistas do século XX, junto com Henri Matisse e Marcel Duchamp, sendo conhecido por ser o fundador do cubismo, tendo então uma enorme influência nas gerações posteriores.
O cubismo é um tipo de arte considerada “mental”, afastando-se completamente da interpretação ou semelhança com a natureza. Isso faz-se através da decomposição da figura nos seus pequenos detalhes, sendo retratadas de forma simplificada, em cilindros, cubos ou esferas.

A sua pintura cubista representou uma rutura com a arte feita até então e teve enorme influência sobre as gerações posteriores. Picasso tornou-se um mito ainda em vida e desde cedo exerceu fascínio sobre multidões devido ao seu talento para a autopromoção, inspirando-se nas mulheres com quem se relacionou para conceber algumas das suas criações principais.

Percurso Pessoano – Rua da Assunção

No ínicio de 1914, podíamos encontrar instalado na Rua da Assunção, no nº39, Valentim de Carvalho, que desde muito cedo se dedicou à actividade comercial, primeiro como colaborador, e mais tarde como empresário. Vendia nesta rua capas e letras de músicas (especialmente da Revista à Portuguesa). Mais tarde em 1923, ocupava também o Salão Neuparth, na Rua Nova do Almada. Já ligado à música, Valentim de Carvalho vendia gramofones, discos, pianos e partituras musicais
                A Rua da Assunção, nº42, 2º andar, foi também a sede da firma Félix, Valladas & Freitas, Lda. onde Fernando Pessoa e Ofélia Queirós se conheceram em 1919.A relação com Ofélia foi provavelmente a única relação sentimental que Pessoa teve em toda a sua vida.
                Ofélia Queirós nasceu em Lisboa em 1900, era a mais nova de oito irmãos e aprendeu francês e inglês. Gostava de ler, ir ao teatro e conviver.

                O namoro entre os dois começou por uma troca de olhares, gracejos e bilhetinhos, e decorreu durante duas fases, de março a novembro de 1920 e de setembro a dezembro de 1929, embora o contacto entre os dois se tenha mantido cordial até à morte do poeta. A primeira fase, marcada por uma paixão sincera, terminou com uma carta em que Pessoa afirmava que o seu destino pertencia a outra lei. O reencontro, motivado por uma fotografia do poeta a beber no Abel Ferreira da Fonseca oferecida a Carlos Queirós, inicia-se quando Ofélia mostra vontade de possuir uma igual e Pessoa lhe envia uma com a dedicatória: “Fernando Pessoa em flagrante delitro”. Nesta segunda fase, nota-se uma enorme confusão de sentimentos e perturbação psíquica. Foram trocadas pelos dois inúmeras cartas de amor, contudo, não chegou a haver casamento. 


(O trabalho foi realizado em conjunto com a Margarida)

quinta-feira, 17 de março de 2016

Geração de 70

     Geração de 70 é a designação para o grupo de jovens intelectuais portugueses que (primeiro em Coimbra e depois em Lisboa) manifestaram um descontentamento com o estado da cultura e das instituições nacionais. O grupo fez-se notar a partir de 1865, tendo Antero de Quental como figura principal, e integrando ainda literatos como Ramalho Ortigão, Guerra Junqueiro, Teófilo Braga, Eça de Queirós, Oliveira Martins, Jaime Batalha Reis e Guilherme de Azevedo. Juntos ou trilhando caminhos de certa forma divergentes, estes homens marcaram a cultura portuguesa até ao virar do século, na literatura e na crítica literária, na historiografia, no ensaísmo e na política.
     Os homens da Geração de 70 tiveram possibilidade de contacto com a cultura mais avançada da Europa como não se via em Portugal desde o tempo da formação de Garrett e de Herculano. Puderam aperceber-se da diferença que havia entre o estado das ciências, das artes, da filosofia e das próprias formas de organização social no país e em nações como a Inglaterra, a França ou a Alemanha. Em consequência, esta juventude cosmopolita nas leituras, liberal e progressista não se revia nos formalismos estéticos nem naquilo que consideravam ser a estagnação social, institucional, económica e cultural a que assistiam.
     O seu inconformismo havia de se manifestar em diversas ocasiões, com repercussões públicas dignas de registo. 
     Em 1865 é anulada a Questão Coimbrã (que opôs o grupo a pretexto de uma obra literária de mérito discutível) ao ultrarromantismo instalado que António Feliciano de Castilho personificava. Travou-se uma acesa polémica, à qual persistiam grandes diferenças ao nível das referências estéticas e também ideológicas. Mais tarde, o grupo reuniu-se na capital, formando o Cenáculo, e em 1871 organizou as Conferências Democráticas do Casino Lisbonense, com as quais chamou definitivamente à atenção da sociedade.

     Nos anos seguintes, embora a atitude de crítica e de intervenção cultural e política se mantivesse, os membros do grupo foram definindo caminhos pessoais independentes. Antero suicidou-se em 1891, e por consequência disso dizia-se que esse gesto simbolizava o destino destes homens a caminho do final do século, em desilusão progressiva com o país e o sentido das suas próprias vidas.

(O trabalho foi realizado em conjunto com a Margarida)

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Quem és tu?

Quem és tu que assim vens pela noite adiante,
Pisando o luar branco dos caminhos,
Sob o rumor das folhas inspiradas?


A perfeição nasce do eco dos teus passos,
E a tua presença acorda a plenitude
A que as coisas tinham sido destinadas.


A história da noite é o gesto dos teus braços,
O ardor do vento a tua juventude,
E o teu andar é a beleza das estradas.

     Nos seus poemas, Sophia busca sempre a perfeição e harmonia de um ser humano a partir das suas imperfeições, tal como neste poema.
     Através do primeiro terceto podemos concluir que o sujeito poético refere-se a uma pessoa que não conhecia e que trazia consigo um certo mistério, obrigando-a a querer saber mais sobre a pessoa (Pisando o luar branco dos caminhos, / Sob o rumor das folhas inspiradas?), mas, prosseguindo a leitura, ela dá-nos a entender que o indivíduo pode vir a ser o seu amado, considerando-o perfeito e ficando muito feliz com a sua presença. Sente-se como se fossem destinados um para o outro (E a tua presença acorda a plenitude / A que as coisas tinham sido destinadas.)
     No último terceto, os gestos do amado do sujeito poético são comparados a história da noite, isto é, a história que eles os dois tiveram, na noite, significando que era um segredo, pois ninguém via. A sua juventude era comparada ao ardor do vento, que representava o tempo, e ele mantia-se sempre jovem, cada vez que o sujeito poético o via; e, por fim, o seu andar era considerado a beleza das estradas, ela alegrando-se cada vez que ouvia os seus passos (A perfeição nasce do eco dos teus passos).
     Do meu ponto de vista, o poema é muito interessante, e a forma como o sujeito poético descreveu o seu amado foi magnífico, pois todos nós acabamos por nos sentir assim acerca de alguém, mesmo sem dar por conta disso, o que torna o poema ainda melhor e dá muito mais prazer em ler.